PASSE — FORMAS DE APLICAÇÃO
Antes de quaisquer considerações a respeito das formas de aplicação
do passe, convém lembrar que o passista deve, em primeiro lugar,
preparar-se convenientemente, através da elevação espiritual, deve
encarar a transmissão do passe como um ato eminentemente fraternal, doando
o que de melhor tenha em sentimentos e vibrações.
A transmissão do passe se faz pela vontade que dirige os fluidos
para atingir os fins desejados. Daí, concluir-se que antes de quaisquer
posições, movimentos ou aparatos exteriores, a disposição mental de
quem aplica e de quem recebe o passe, é mais importante. Deve-se, na
transmissão do passe, evitar condicionamentos que já se tornaram usuais
mas que unicamente desvirtuam a boa prática espírita. Destacamos, a
seguir, aquilo que o conhecimento da mecânica dos fluidos já nos fez
concluir :
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Não há
necessidade do toque, de forma alguma ou a qualquer pretexto, no
paciente, para que a transmissão do fluido ocorra. A transmissão se
dá de aura para aura. O encostar de mãos em quem recebe o passe
causa reações contrárias à boa recepção dos fluidos e, mesmo, cria
situações embaraçosas que convém prevenir.
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A
Imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de
transmitir o passe. (Esse Centro Coronário, recebe em primeiro
lugar os estímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando todavia
com eles em justo regime de interdependência). ”O Centro Coronário
supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao
impulso ...” (André Luiz).
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Os
movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de
aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática
espírita, desfigurando a verdadeira técnica. Os passistas passaram a
se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o
dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos.
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Não há
posição convencionada para que o beneficiado deva postar-se para que
haja a recepção dos fluidos (pernas descruzadas, mãos em concha
voltadas para o alto, etc). O
importante é a disposição mental para captar os fluidos que lhe são
transmitidos e não a posição do corpo.
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O
médium passista transmite fluido, sem a necessidade de incorporação
de um espírito para realizar a tarefa. Daí decorre que o passe deve
ser silencioso, discreto, sem o balbuciar de preces, a repetição de
“chavões” ou
orientações à guisa de palavras sacramentais.
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O passe
deve ser realizado em câmara para isso destinada, evitando-se o
inconveniente de aplicá-lo em público, porque, além de perder em
grande parte seu potencial pela vã curiosidade dos presentes e pela
falta de harmonização do ambiente, foge também à ética e à discrição
cristãs. A câmara de passes fica constantemente saturada de elementos
fluídico-espirituais, permitindo um melhor atendimento aos necessitados
e eliminando fatores de dispersão de fluidos que geralmente ocorre no
“passe em público”.
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Deve-se
evitar os condicionamentos desagradáveis, tais como : estalidos de
dedos, palmas, esfregação de mãos, respiração ofegante, sopros,
etc.
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Antigamente,
quando se acreditava que o passe era simplesmente transmissão magnética,
criaram-se certas crendices que o estudo da transmissão fluídica
desfez, tais como: necessidade de dar-se as mãos para que a
“corrente” se estabelecesse; alternância dos sexos para que o passe
ocorresse; obrigação do passista de livrar-se de objetos metálicos
para não “quebrar a corrente”
etc.
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Estamos
mergulhados num “mar imenso de fluidos” e o médium, à medida que dá
o passe, carrega-se automaticamente de fluidos salutares. Portanto, nada
mais é que simples condicionamento a necessidade que certos médiuns
passistas apresentam de receberem passes de outros médiuns ao final do
trabalho, afirmando-se desvitalizados. Poderá haver cansaço físico,
mas nunca desgaste fluídico, se o trabalho for bem orientado.
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O passe
deve ser dado em ambiente adequado, no Centro Espírita. Evitar o passe
a domicílio para não favorecer o comodismo e o falso escrúpulo dos
que não querem ser vistos numa casa espírita porque isso abalaria sua
“posição social”. Somente em casos de doença grave ou
impossibilidade total de comparecimento ao Centro é que o passe deverá
ser dado, “por uma pequena equipe”, na residência do necessitado,
enquanto perdurar o impedimento que o mantém sem condições de
comparecer à Casa Espírita.
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A
transmissão do fluído deve ser feita de pessoa a pessoa, devendo-se
evitar práticas esdrúxulas de dar-se passes em roupas, toalhas e
objetos pertencentes ao paciente, bem como não há necessidade alguma
de levar-se a sua fotografia para que seja atendido a distância.
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Não
existe um número padronizado de passes que o médium poderá dar, acima
do qual ele estará prejudicando-se. A quantidade de passes transmitidos
poderá levar o médium a um cansaço físico mas nunca à exaustão fluídica,
se o trabalho for bem orientado, pois a reposição de fluidos se dá
automaticamente à medida que o médium vai atendendo os que penetram a
câmara de passes.
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Convém
lembrar que os fluidos espirituais transmitidos pelos desencarnados
passistas circula primeiramente na cabeça dos médiuns (Centro Coronário
e Frontal), conforme explica André Luiz no livro “Nos Domínios da
Mediunidade”, desnecessário, portanto, que os médiuns ergam os
braços para captarem fluidos. “O pensamento influi de maneira
decisiva, na doação de princípios curadores”.
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Aos que
participam ou visitam a Casa Espírita, não há obrigatoriedade de
tomar passes. Ora, a proposta é generosa pois deixa ao arbítrio de
cada um recebê-lo, ou não.
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Não
há escala de valores para os passes, uns diferentes dos outros :
o “COMUM” e o “ESPECIAL”.
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